A saúde é uma conquista diária e quem pensar que ela cai do céu nunca lá chegará, pois o céu é o “Agora” na terra e só num estado saudável te será possível entregar neste momento seja ao que for ou a quem for. A saúde é, assim, o dínamo da tua acção e a ponte para a materialização do amor, é um prémio pela conduta que tens contigo, tal como a doença é o castigo pela negligência, quase sempre consciente, com que escolhes viver. Respeitar a tua saúde é respeitar o que de mais sagrado há em ti. O quê? O que tu julgas não saber mas sabes tão bem, a tua matriz. Por seres infinitamente mais consciente no teu interior, é que são necessárias medidas, diárias e exteriores, que protejam tudo o que é único em ti, ou seja, a tua luz, esse lugar tantas vezes recôndito e ignorado onde consta, numa transversalidade ancestral, toda a tua informação e que, por isso mesmo, é designado por alma, Aquele Lugar Mágico de Amor.
E que medidas
são essas? Uma boa alimentação, a prática frequente de exercício físico, a
ausência de vícios e, aquela que para mim é a mais determinante, uma boa
relação com as tuas emoções que corresponda a melhores comportamentos. Se
relativamente às três primeiras não deves ter qualquer dúvida, pois o que não
falta hoje em dia é informação sobre os temas, já a última te pode causar
algumas reticências. E porquê? Porque a informação acerca da nossa saúde
emocional ainda é escassa. Uma coisa é trabalhar o corpo, outra, bem diferente,
é trabalhar a mente. É que aqueles que trabalham com a saúde física, médicos,
personal trainers e afins, têm muitas vezes a cabeça tão avariada como a dos
seus pacientes ou clientes e ainda que tenham uma boa dieta, façam uma boa dose
de exercício e tenham a profunda consciência do mau estar causado pelos vícios,
não se escapam a uma saúde debilitada.
Então, se o
principal são as emoções, como é que as podemos
trabalhar? Redefinindo as interpretações que fazemos perante os
acontecimentos e as escolhas da nossa
vida, ou seja, aquilo que não controlamos e aquilo sob o qual temos controlo.
A saúde e a
doença são, assim e no meu entender, uma equação de mais parcelas onde, no
primeiro caso, o amor, o perdão e a aceitação são uma tríade vital e no segundo,
o medo, o rancor/culpa e a raiva são uma tríade mortal. Quero com isto dizer
que quem não ama é dominado pelo medo, quem não perdoa vive, diariamente, intoxicado
com emoções como o rancor e a culpa, e quem tem dificuldade em aceitar está
emerso em raiva.
Uma sugestão: fecha
os olhos por alguns instantes e lembra-te da última vez que estiveste,
realmente, doente, ou seja, daquele episódio em que ficaste acamado, azamboado
e, perigosamente, consciente de que não estavas bem. Já está? Agora, recorda-te
do estado emocional em que te encontravas nos dias ou nas semanas antes da
doença se manifestar. Quando estiveres pronto, responde às seguintes questões:
O que é que não
estavas a conseguir aceitar? Quem é que não estavas a conseguir perdoar? Onde é
que tinhas perdido o teu amor-próprio?
Não precisas
responder às três. A resposta a apenas uma é suficiente para te mandar para a
cama, fazer análises ao sangue e assustar-te.
Tu tens muito
mais propensão a ficar doente quando as tuas emoções apodrecem. E porquê?
Porque nenhum ser humano tolera um longo processo de dor emocional sem que o
seu corpo se ressinta. AVC´s, ACV´s, cancros e depressões são apenas alguns
exemplos que podem ter origem numa tríade mal edificada.
Como é que se
passa, então, do problema à solução? Como já disse, redefinindo interpretações.
Como? Vou dar-te um exemplo: se interpretares uma determinada atitude de alguém
como uma manifestação intencional de maldade para contigo é diferente de entendê-la
como, ainda que fique aquém daquilo que tu consideras justo ou bom, o melhor
que a pessoa sabia naquele momento, ou seja, perdoar é, incomparavelmente, mais
fácil perante a segunda interpretação, tu ficarás isento de todo e qualquer
rancor e o tempo que gastarias a julgar, interiormente, essa pessoa pode ser
investido na experiência de uma qualquer paixão tua.
Tu és
responsável por ti e pela saúde que tens.
Paz,
Gustavo Santos
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